26 de agosto de 2010

O nevoeiro do coração partido



O nevoeiro do coração partido


de Max Lucado
É um nevoeiro escuro que aprisiona furtivamente a alma e se recusa a ir embora. É uma neblina silenciosa que esconde o sol e chama as trevas. É uma nuvem pesada que não honra qualquer hora nem respeita quem quer que seja. Depressão, desânimo, desapontamento, dúvida… todos são companheiros desta presença temida.
O nevoeiro do coração partido desorienta a nossa vida. Ele torna difícil ver o caminho. Abaixe as suas luzes. Limpe o pára-brisa. Ande mais devagar. Faça o que quiser, nada ajuda. Quando este nevoeiro nos rodeia, nossa visão fica bloqueada e o amanhã está para sempre distante. Quando esta escuridão ondulada nos envolve, as palavras mais sinceras de ajuda e esperança não passam de frases vazias.

Se você já foi traído por um amigo, sabe o que estou dizendo. Se já foi abandonado por um cônjuge ou um pai, já viu esse nevoeiro. Se já colocou uma pá de terra sobre o caixão de um ente querido ou ficou vigiando junto ao leito de alguém que ama, você reconhece também esta nuvem.

Se já esteve neste nevoeiro, ou está nele agora, pode estar certo de uma coisa — não se encontra sozinho. Até o mais esperto dos capitães da marinha já perdeu o rumo ao aparecer essa nuvem indesejada. Como disse certo comediante: “Se os corações partidos fossem anúncios, todos apareceríamos na televisão.”

Faça um retrospecto dos últimos dois ou três meses. Quantos corações partidos encontrou? Quantos espíritos feridos teve ocasião de observar? Quantas histórias de tragédias chegou a ler?

Minha própria reflexão é cautelosa:

- A mulher que perdeu o marido e o filho num terrível acidente automobilístico.
- A atraente mãe de três crianças que foi abandonada pelo cônjuge.
- O garoto atropelado e morto por um caminhão de lixo, quando saía do ônibus da escola. A mãe, que o esperava, testemunhou a tragédia.
- Os pais que encontraram o filho adolescente morto na floresta atrás de sua casa. Ele se enforcara com o próprio cinto numa árvore.

A lista continua indefinidamente. Tragédias nebulosas. Como cegam nossa visão e destroem os nossos sonhos. Esqueça todas as grandes esperanças de alcançar o mundo. Esqueça todos os planos de mudar a sociedade. Esqueça todas as aspirações de mover montanhas. Esqueça tudo isso. S6 me ajude a atravessar a noite.

O sofrimento do coração partido.

Venha comigo assistir aquela que foi talvez a noite mais enevoada da história. A cena é muito simples, você vai reconhecê-la rapidamente. Um bosque de oliveiras retorcidas. O chão coberto de pedras grandes. Um muro baixo de pedras. Uma noite escura, muito escura.

Veja agora o quadro. Olhe atentamente através da folhagem sombria. Vê aquela pessoa?

Vê aquela figura solitária? O que ele está fazendo? Deitado no chão. O rosto manchado de terra e lágrimas. Os punhos batendo no solo. Os olhos arregalados com o estupor do medo. O cabelo emaranhado por causa do suor salgado. Será aquilo sangue em sua testa?

Esse é Jesus. Jesus no Jardim do Getsêmani.

Você talvez tenha visto o retrato clássico de Cristo no jardim. Ajoelhado junto a uma grande rocha. Um alvo manto. Mãos pacificamente unidas em oração. Um olhar sereno em seu rosto. Um halo sobre a sua cabeça. Um raio de luz do céu, iluminando seu cabelo castanho dourado.

Eu não sou artista, mas posso dizer-lhe algo. O homem que pintou esse quadro não usou o evangelho de Marcos como modelo. Veja o que Marcos escreveu sobre aquela noite penosa:

“Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar. E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia. E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai.

E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.

Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.

Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras. Voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder.

E veio pela terceira vez e disse-lhes: Ainda dormis e repousais! Basta! Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.”[1]

Observe estas frases: “Começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia.” “Minha alma está profundamente triste.” “E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra.”

Este parece um quadro de um Jesus santo, repousando na palma de Deus? De modo algum. Marcos usou tinta preta para descrever esta cena. Vemos um Jesus agonizante, lutando e se esforçando. Vemos um “homem de dores”.[2] Vemos um homem enfrentando o medo, em luta com os compromissos e ansiando por alívio.Vemos Jesus no nevoeiro de um coração partido.

O escritor de Hebreus iria dizer mais tarde, “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte”.[3]
Que descrição! Jesus sofrendo. Jesus às portas do medo. Jesus não está revestido de santidade, mas de humanidade.

Da próxima vez que o nevoeiro o envolver, você faria bem em lembrar-se de Jesus no jardim. Da próxima vez em que pensar que ninguém compreende, releia o capítulo 14 de Marcos. Da próxima vez que a autopiedade o convencer de que ninguém se importa, vá visitar o Getsêmani. E da próxima vez em que ficar imaginando se Deus realmente percebe a dor que prevalece neste poeirento planeta, ouça-o suplicando entre as árvores retorcidas.

Este é o meu ponto. Ver Deus desse modo faz maravilhas em relação ao nosso próprio sofrimento. Deus jamais foi tão humano quanto nessa hora. Deus jamais esteve mais próximo de nós do que quando sofreu. A Encarnação jamais foi tão cumprida quanto no jardim.

Como resultado, o tempo passado no nevoeiro da dor poderia ser o maior dom de Deus. Poderia ser a hora em que finalmente vemos nosso Criador. E verdade que no sofrimento Deus se assemelha mais ao homem; talvez em nosso sofrimento possamos ver a Deus como nunca antes.

Da próxima vez em que você for chamado para sofrer, observe. Talvez esse seja o ponto mais próximo em que vai estar de Deus. Preste muita atenção. Pode muito bem ser que a mão que se estende para guiá-lo para fora do nevoeiro esteja traspassada.

[1] Marcos 14:32-42
[2] Isaias 53:3
[3] Hebreus 5:7, o grifo é meu.

Copyright © 1999 Editora Vida Cristã. Todos os direitos reservados.

Li esse texto no blog da Ana Paula Valadão e quis compartilhar com vcs!Fiquem na Paz!
 
Tânia

25 de agosto de 2010

"Senhor,salva-nos,que perecemos!" (Mateus 8.25b)

Oi gente! Gostaria de compartilhar algo que Deus tem ministrado ao meu coração. Semana passada estava conversando com uma amiga muito especial e ela me fez lembrar um louvor antigo do Diante do Trono ( Ao cheiro das águas) quem se lembra? Lindo, não é? Fala da restauração que Deus pode dar, mesmo que tudo pareça perdido e que os ramos já estejam secos, ao cheiro das águas brotará e como planta nova florescerá. Ouvindo esse louvor o Espírito Santo me fez lembrar outro versículo abençoado que diz: “ Se te mostrares frouxo no dia angústia, a tua força será pequena.”Pv 24.10.
Daí você pode estar questionando: mas o que tudo isso tem a ver com o primeiro texto postado lá em cima?
Comecei a meditar no versículo de Provérbios e pensei como a angústia nos cega e não nos deixa ver a força que temos quando confiamos no Senhor. Dá mesma forma imagino os discípulos naquele dia de tempestade. Você já teve a experiência de dirigir ou até mesmo estar em um carro em meio a uma tempestade? Não conseguimos enxergar um palmo a nossa frente. A tempestade nos cega!
Imagino os discípulos naquela noite, com a forte tempestade assolando o barco, sentido tudo a sua volta balançar, as águas do mar invadindo o barco, a angústia que batia e um único pensamento: Vamos morrer!
A angústia era tão grande que por um momento eles esqueceram que Jesus estava no barco com eles. Note, JESUS ESTAVA NO BARCO COM ELES.

Conosco também não é assim? Muitas vezes quando estamos passando por tempestades em nossa vida, a angustia e o desespero são tão grandes que nos impede de exercitar a nossa fé e ver que Jesus está conosco. Mesmo que aparentemente a nosso ver Ele não esteja atento a nós.Mas perceba que quando os discípulos acordam Jesus e clamam por sua ajuda “Senhor, salva-nos, que perecemos!” (Mt 8.25b),
Jesus responde: Porque temeis, homens de pouca fé?(Mt 8.26 a).

E o que acontece em seguida? Jesus levanta-se repreende os ventos e o mar e vem uma grande bonança.

O que Jesus quer nos dizer através desta palavra é, porque tememos mesmo quando sabemos que Ele está no barco conosco? Porque ao invés de só olhar a tempestade não confiamos nele e clamamos por sua ajuda?
Jesus sempre estará pronto a se levantar e repreender a tempestade que assola nossas vidas!

Por isso, se nos mostrarmos frouxos ou fracos no dia da angústia, ou seja, se não confiarmos no Senhor e exercitarmos nossa fé, pouca será a nossa força. Então, quando vier a tempestade, e a angústia e o medo tentar nos cegar, não podemos nos esquecer de confiar no Senhor, pois Ele sempre está pronto a se levantar em nosso favor, jamais nos abandona!

Lembre de suas palavras: “E eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”(Mt.28.20b)

Que essas palavras possam edificar sua vida da mesma maneira que edificou a minha!
Deus abençoe vocês e até o próximo post!


Texto : Mateus 8.23-27.
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